Dezesseis anos
já não era mais uma criança, tão pouco adulta. Sem grandes responsabilidades, nada
com o que se preocupar. Contudo, tudo mudou quando a vida tornou-se uma
montanha russa sem fim entre seus altos e baixos. Muitas vezes mais baixos do
que altos.
Apaixonou-se.
Provou a
primeira vez do mais puro amor, com seu sabor adocicado e outras vezes tão
amargo que mais parecia outro sentimento. Amou como se os dias dependessem de
tal ação, como se lhe bastasse só amar para viver um dia após o outro. E bastava.
A vida nunca
havia sido tão bonita antes dos seus dezesseis. Se lhe perguntassem sobre a felicidade,
diria que a tinha desde a ponta dos dedos dos pés até o último fio de cabelo.
Sorrir era tão fácil, bastava apenas uma lembrança das palavras ditas por quem
amava, assim sorria até mesmo para o senhor desconhecido na fila do mercado.
Sorria para si mesma a todo o tempo.
Aos
dezessete seu mundo passou a desmoronar um pouco a cada dia. Mas não era de
grande alerte, pois sabia que tudo poderia ter conserto. Havia de ter conserto
depois de uma discussão boba, depois da falta de presença...
Nada era
capaz de derrotar o tal do amor.
Grande
engano. Aos dezoito chorava pelos cantos perguntando-se onde havia errado e
então, seus dias tornaram-se trágicos como se fossem sempre os últimos. Pela
primeira vez em sua curta vida sabia o que era sofrer por outra pessoa.
Cresceu de
um dia para o outro.
A menina de
sorrisos fáceis passou a poupá-los. Ninguém mais parecia bom o bastante para
vê-los nascer. Seus medos eram grandes, por isso escondia-se dentro de si mesma,
tão confusa estava com os novos sentimentos que provava. Não eram bons, não
deviam de ser.
Tornou-se
adulta. E quem disse que adultos não tinham medos?
Com vinte e
quatro a insegurança ainda é uma de suas melhores amigas, caminha ao seu lado
de mãos dadas. Medo do futuro, medo de amar novamente, medo de não ser boa o
suficiente.
Medo de
viver.
Crescer não
lhe parecia tão assustador a oito anos atrás. Maldito seja o amor, maldito seja
aquele que o descobriu.
Azar foi crescer.